Unir som eletrônico underground e letras: esta é a minha
proposta!
Este é Transdutor!
Meu nome é Andre Martines ou você pode me chamar também de
Transdutor. Sou produtor e vocalista de música eletrônica. Meu projeto musical consiste em ser um vocal-live
onde no palco eu manipulo minhas músicas eletrônicas autorais
digitalmente, canto minhas letras e recito poesias e frases de
efeito. Não sou músico. Sou manipulador de som. O verdadeiro
músico extrai notas de um instrumento e no meu caso, eu
manipulo ao vivo sons previamente gravados em recortes e
loops! Meu sonho em criar um projeto eletrônico tem suas
primeiras sementes em 1998. Tentei me juntar com pessoas para
formar grupo ou uma espécie de banda. Após várias tentativas,
eu entendi que individualmente posso entregar toda uma
energia musical ao público e aos fãs. Trato esse projeto
como um filho. Talvez, literalmente seja um filho. Ora eu
refiro a mim mesmo como Transdutor, ora como projeto musical
sempre na 3ª pessoa, ora como um grupo ou família devido a
rede de contatos de amigos que possuo e que me dão força na
minha jornada.
Quando menciono: "eu
sou vocal-live", dá a entender que eu criei uma
categoria nova no meio musical. Uma mistura de
live .p.a. com vocais, um novo espectro dentro da
música eletrônica mas isso, de pegar equipamento eletrônico,
um teclado musical e cantar ao vivo no palco, muito cantores
nordestinos fazem a um bom tempo. Hoje até músicos que tocam
em barzinho estão aderindo às novas tecnologias musicais e se
apresentando ao vivo, manipulando o som mais digitalmente .
De 2003 à 2005, fiz um monte de tracks com meus vocais e
tornou-se uma assinatura única. Com a sede de produzir, fiz um
álbum muito visceral e dinâmico! Meus vocais soavam com um
guerreiro indígena. Minhas letras pulsavam uma fúria
canalizada. Mas infelizmente, na pressa e na ânsia, a
música não apresentava qualidade ideal em termos de
equalização. Consegui criar uma espécia de demo-tape em plena
era digital. Lição difícil que aprendi com o tempo. Depois fui
me preparando e estudando para finalmente, em 2009 lançar um
álbum oficial de nome "Preparado para a Locomotiva? (Are you
ready for locomotive?)", que inclui dois videoclips marcantes:
a triste mas dançante Rua do Porto" e a sarcátisca e
energética "O Selvagem e a Máquina", vídeo este que
muitos acreditam que eu fiz para me tornar humorista, mas quem
se atentar aos detalhes das cenas, verá plenamente que é uma
crítica social. Nesta época, minhas primeiras apresentações ao
vivo surgiram, inclusive em palcos enormes com equipamentos de
última geração!
Contudo, no período de 2010 à 2017, precisei dar uma pausa. Em
tudo!!! Na minha vida, na minha arte, nos meus projetos, nos
meus relacionamentos porque havia um caos interno que apertava
o meu coração. Tempos difíceis mas também de muito
aprendizado.Eu sofria
baixa autoestima e sofria calado. E não saiba
mais como lidar com toda essa situação que transformava em um
espiral de pensamentos e sentimentos negativos e eu estava
indo para o abismo! Precisei de um tempo para me isolar, para
rever e entender o que se passava dentro de mim. Enquanto eu
não cessasse meus conflitos internos, jamais poderia continuar
a minha jornada. Eis aí a
necessidade da minha reclusão. Não quero me promover
através deste distúrbio emocional. Sei que milhões de pessoas
sofrem disso - inclusive silenciosamente mas vejo que é
necessário relatar este fato através desta minha pequena
biografia. A sociedade em si é muito neurótica. Ela é muito
competitiva e é muito difícil crescer em um ambiente que só
enxerga as coisas no modo sobrevivência. Além disso, muitos
conflitos internos surgem também dentro do convívio
familiar o que complica ainda mais a situação! Todos se
deixam levar por toda essa inconsciência coletiva e sair dessa
hipnose e entender quais eram as crenças limitantes que me
bloqueavam foram cruciais para minha vida.
É uma longa jornada. Lembro-me que no final de 2012, o
meu mundo desmoronou completamente e a partir daí, muita coisa
em minha vida passou por uma tremenda transformação - uma
transmutação, propriamente dita. Sempre interessei por
psicologia social contudo, foi através também da sabedoria
oriental (vinda de tempos antigos) que a peça final do
quebra-cabeça veio de encontro. Aprendi sobre amar a mim
mesmo. Não no sentido romântico ou egoísta, mas no modo mais
amplo da palavra Amor
que não podemos decrever em palavras, mas sim, através de
sentimento. Foi uma perigrinação que muitos ancentrais
referem-se como a noite escura da alma, o desejo de
encontrar a sim mesmo, ou seja aquela luz que no final das
contas, sempre esteve em mim e que eu precisava lembrar disso!
Daí em 2018, eu lanço o álbum "From Roots of Underground" que
sintetiza minha nova dimensão de vida focado na fé, na coragem
e no empoderamento! De todas as faixas, a música Movimento
foi criada antes - ano de 2010, juntamente com a track Psicanalista,
que já prenunciava o que estava por vir nos meus anos de
reclusão.
Hoje, definitivamente estou na estrada com o meu projeto
Transdutor. Tudo mais claro, mais definido. Quero juntar
música eletrônica alternativa com letras e poesias. O que mais
admiro neste trabalho é me manifestar através das letras -
mesmo que elas sejam uma espécie de carta pessoal. O sentido
da minha obra é me expressar através do meu som e também
através dos meus desenhos. O futuro é sempre uma possibilidade
e Transdutor se consolidará em sua batidas e letras. Como eu
disse, não sou DJ nem músico. Sou um manipulador de som. Sons
manipulados em loops que contracenam com a minha voz em
uma espécie de som dançante reflexivo - termo este
usado pela minha amiga Badu. ;)
Que minhas músicas e minhas letras encorajem o meu público, os
meus fãs e amigos. Que tragam palavras de empoderamento e
incentivo ao amor a si mesmo. Que reacenda também o entusiasmo
pela vida em busca da manifestação dos seus sonhos! E o meu
coração pulsa nesta vibração!